Sábado, 24.09.2011
ZAKINTHOS.
São sete e meia e a luz da manhã começa a atravessar a cortina. Eu não uso o black-out, porque gosto de ver o sol nascer. Mas vejam a compensação de acordar cedo - todo dia é assim e não me canso:
Toda cidade aqui tem mais de um nome. O outro nome de Zakynthos, é Zante. Fica na ilha de mesmo nome, a terceira em extensão no Mar Jônico.
Durante a noite saímos da área do mar Egeu, a leste da Grécia e entramos em águas do Jônico, no lado oeste.Mar Jônico é um braço do Mediterrâneo, ao sul do Mar Adriático. É por aí que vamos contornando a Grécia. A ilha que visitamos hoje é Zakynthos e fica no mar Jônico, bem perto da península grega do Peloponeso, nome famoso na História pois aí se localizava Esparta, a potência da Grécia Antiga, rival de Atenas. Essas cidades-estado enfrentaram-se na Guerra do Peloponeso - nome que me leva de volta às aulas de Història Geral de Mère Malena, na segunda série ginasial do Colégio Sion. Por isto, quando a guia diz "Peloponeso", eu aplico as orelhas para captar sua fala.
A inglesinha que nos guia fala muito depressa, fica difícil entender. Mas alguma coisa se pesca, claro, com alguma boa vontade e ajuda da Flora. Por exemplo, captei a lenda de um monge solitário, homem muito rico que deu toda a fortuna aos pobres, tipo São Francisco, e recolheu-se a um monastério. O que mais se vê na Grécia são monastérios e capelinhas, prova da religiosidade das gentes que povoaram esta terra. O santo padroeiro de Zakynthos é São Dionísio, que foi abade, até sua morte em 1624, no Monastério de Anafonítria, dedicado à Virgem Maria, o mais antigo da ilha. A esse santo, que tem o mesmo nome mas não é o mesmo Saint Denis, padroeiro de Paris, são atrubuídos muitos milagres. O que não entendi, por limitação linguística, é se o santo é o mesmo monge da lenda.
Zakynthos é um dos maiores centros turísticos da Grécia, procurado por celebridades e milionários do Primeiro Mundo, devido à beleza de suas praias de areias brancas e águas cristalinas e aos hotéis de alto luxo. Uma atração peculiar são as "Cavernas Azuis", escavadas pela água do mar em grandes penhascos, onde o fundo de seixos calcáreos muito brancos destaca a cor turquesa das águas e reflete a luz do sol com efeitos espetaculares. Mas não há acesso por terra, motivo pelo qual não pudemos ir lá. A única forma de se ver ou chegar a essas praias é por mar e em botes pequenos. Existem programas de excursão de um dia, em embarcações locais, com paradas para contemplação e banhos de mar.
Logo ao chegar à cidade, perto do porto, paramos na praça principal,onde há prédios de construção recente, contrastando com uma igreja antiga, a única edificação que sobreviveu a um terrível e famoso terremoto com incêndio, em agosto de 1953, e está restaurada.
As capelinhas que salpicam vales e montanhas são particulares e foram construídas em agradecimento a Deus, pelas famílias dos sobreviventes.
A excursão foi das mais confortáveis que tivemos, porque o trajeto foi todo feito de ônibus, com paradas nos pontos mais interessantes. Vimos oliveiras por todo lado e a expressão mais repetida pela guia era "olive oil", referindo-se às árvores e à indústria caseira de azeite, sabonetes e outros produtos feitos de óleo de oliva.
Visitamos uma vila na montanha, onde havia barracas para comércio de artesanato local. Os bordados são muito bonitos, mas não comprei porque só aceitam dinheiro vivo e eu estava com pouco. (Uma forma frustrante de fazer economia).
Intervalo para descanso e café. |
O ônibus nos levou por muitas montanhas com vistas maravilhosas, por estradas muito estreitas e tortuosas. Às vezes é difícil fazer curvas, outras vezes não passam dois veículos, um tem que recuar.
No centro da cidade, encontro um caixa eletrônico e pego novos euros. Mas é sábado e as lojas estão fechadas. Comércio interessante, com muitas casas de jóias e moda - sou obrigada a continuar, a contragosto, com minha política de contenção de gastos.
Ao vivo elas pareciam maiores! |
Aberta, só uma lojinha de souvenirs, onde pude comprar umas lembranças, inclusive um lindo sino, miniatura de porcelana pintada. Gostei da gentileza com que fomos tratados nessa única loja, mas lamentei que um país em situação econômica tão crítica não esteja empenhado no esforço de aproveitar a disposição dos visitantes para umas comprinhas na tarde de sábado.
A última imagem da cidade que guardei foi a de um mercadinho com legumes expostos na calçada - cada cebola enorme!
Domingo, 25.09.2011
CORFUCorfu, vista de minha cabine. |
Flora e eu não nos inscrevemos na excursão de hoje, mas Márcia e Ary aproveitaram tudo, e confirmam a beleza do local e de sua história.
Eles também amam o nascer do sol... |
Elizabeth de Austria |
Aquiles |
Achileion Palace |
Vista da área da piscina, com mesas do Pool Grill. |
Tendo me desencontrado da amiga Flora, no programa matinal, resolvi passar o dia explorando o navio. Curti a piscina, almocei uma salada no Pool Grill e depois, andei por todos os decks, para conhecer tudo: lounges, bares, biblioteca, salas de jogos, salas de conversação, galeria de artes, vitrines da butique.
Experimentei um pouquinho de tudo. No saguão, fica um grande quebra-cabeça com pessoas em volta, tentando montar as peças, jogo coletivo de participação espontânea. Alguns chegam, outros desistem, a paisagem marinha está longe de se completar. Observando tudo com interesse, distraio-me e passo em vários lugares sem fotografar. Agora lamento, mas está feito.
Visão do porto de Corfu, a partir do terraço do La Veranda. |
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