domingo, 6 de outubro de 2013

No caminho, BRATISLAVA




27.08.2013

De Budapeste a Viena, com parada em Bratislava.
Roteiro da viagem assinalado no mapa, de leste a oeste


Tomamos café cedo e nos encontramos na recepção do Hotel Mercure Budapeste para esperar a van que nos levaria a Viena, Áustria. Foi uma luta fazer a bagagem de 9 passageiros caber no porta-malas da van de 12 lugares. Por fim, o banco traseiro também foi  ocupado com malas e coubemos todos sem dificuldade.

Acompanhados da guia Katalin que já estivera conosco em alguns dos passeios turísticos de  Budapeste, percorremos terras de três países. Ótima estrada, larga e bem sinalizada, pontos de parada e abastecimento com ótima aparência e condições de conforto e higiene.

Feno (foto da Internet)
Na estrada, não despreguei os olhos da paisagem. Terreno muito plano, nenhuma terra inculta. De vez em quando, um vilarejo à distância, casinhas bonitas, cercadas de bosques e jardins bem tratados. Grandes terrenos cultivados, alguns com a colheita terminada e a terra nua, na fase própria da estação. Fiquei impressionada com os fardos de feno, no campo, preparados para armazenamento. O feno que eu só conhecia pela literatura, é preparado mediante o corte e desidratação de plantas forrageiras para alimentar o gado nos países de inverno rigoroso. Esse processo é denominado de fenação. A forragem é guardada em fardos cilíndricos de até 1,8m de diâmetro, conservando o seu valor nutritivo por vários meses. (www.agroforn.com.br – via Google).

O tempo meio chuvoso ou nublado não favorece a fotografia, mas me esforcei sem êxito por registrar os moinhos de vento que surgem ao longo de todo o caminho percorrido, na Hungria, na Eslováquia e na Áustria. Eles estão lá, mas, parecendo postes muito fininhos, ficam quase invisíveis na foto. A energia eólica deve ter papel relevante na região, sem agressão ao meio ambiente nem prejuízo à paisagem.

Não percebi quando foi que passamos pela fronteira, pois o trânsito é livre entre esses países, mas, ao fim de umas três horas, com  parada para café, chegamos aos arredores de Bratislava, capital da Eslováquia. Katalin nos contou que havia controle rigoroso das fronteiras no tempo do domínio soviético, mas que a queda do Muro de Berlim abriu um novo tempo nas relações entre as nações do continente, contribuindo para a formação da União Europeia. Isto não significa que já haja unidade em todos os sentidos, especialmente na economia, pois dos três países que visitamos, apenas a Áustria tem o euro como moeda nacional.  Estamos na Eslováquia, entrando em Bratislava. 

Bratislava é a capital e principal cidade da Eslováquia (no mapa, em amarelo) situada a sudoeste do país, junto da fronteira com a Áustria e a Hungria, o que a torna a única capital europeia que fica na fronteira do seu país com outros dois. A cidade, assim como Budapeste, é cortada pelo rio Danúbio. Com 427 mil habitantes, é a maior cidade da Eslováquia. 
Humor urbano com tema militar, lembrança  dos anos de guerra.
Durante muitos anos este país fez parte do imenso Reino da Hungria, que abrangia várias nações vizinhas e terras que iam do Mar Negro ao Mar Adriático. A história desses povos e seus gloriosos reis e guerreiros é tão complicada que tenho minhas dúvidas sobre se eles mesmos são capazes de entendê-la. Esforcei-me  inutilmente... Tenho como  certo apenas que, a partir do século XVIII, instituiu-se o  Império Austro-Húngaro, formado pela aliança das duas potências e que durou até a Primeira Guerra Mundial, quando a aliança se desfez. A partir de então, sucederam-se regimes autoritários e períodos democráticos, acordos, desavenças e separações, experiências de regime comunista e submissão ao jugo nazista, ora sob influência russa, ora alemã. Ao fim da Segunda Grande Guerra esses países passaram a satélites da União Soviética até a queda do regime comunista.

Com o fim do domínio soviético, a Tchecoslováquia dividiu-se em dois países: a Eslováquia e a República Tcheca. Essa separação foi resultado de um acordo político que agradou a ambos os lados e resultou em convivência pacífica.

Na falta de sol para as fotos, recorro ao Google.
Ao chegarmos a Bratislava, com chuva e  tempo nublado, ficou inviável a visita ao Castelo, de onde pretendíamos apreciar a vista panorâmica da cidade. O Castelo de Bratislava localiza-se no alto de uma colina no Centro Histórico, em posição dominante sobre o rio Danúbio. Sua construção iniciou-se no século X. Atualmente é a residência oficial do Presidente da República. As quatro torres localizadas nos vértices são consideradas o símbolo da cidade.

Para chegar ao Centro Histórico, atravessamos a Novy Most (Ponte Nova) sobre o Danúbio, uma das mais destacadas estruturas da cidade construídas no século XX, com uma torre na qual funciona um restaurante rotativo, ao feitio de  um OVNI, como tantas outras no mundo.  O Danúbio separa os dois lados, o do passado e o da contemporaneidade, cada um com seu encanto e sua história.



A van nos deixou na base do Centro Histórico e, a partir daí fizemos a pé um pequeno percurso com chuva fina e temperatura pouco abaixo de 20 graus. Buscamos um bom restaurante e fizemos dele nosso quartel general para nos proteger da chuva e para servir de ponto de encontro entre os que se aventuraram a sair e os que preferiram ficar bem abrigados e alimentados. 



Esse restaurante fica na Praça de Armas, uma área ampla e bem calçada, cercada de construções de várias épocas. Aí destaca-se  um prédio estreito, pouco mais alto que os outros, sede da Antiga Prefeitura, que atualmente abriga um centro cultural que estava fechado nesse dia.  Num canto dessa praça fica uma feirinha de artesanato, sem muitos atrativos. 
Dalí partimos com a guia para uma caminhada pelas vielas de origem medieval, estreitas e irregulares, que formam um conjunto muito interessante. A chuva caía com intervalos que possibilitavam o passeio sobre o chão úmido, mas não escorregadio.

Nesse passeio vimos, recortada na paisagem urbana, a torre da catedral de São Martinho, construída entre os séculos XIII e XVI, palco da coroação de vários monarcas do Reino da Hungria, do qual Bratislava foi capital por um certo período.

Igreja Franciscana.

















Durante a caminhada, tivemos acesso à Igreja dos Franciscanos, muito bem conservada, que data do século XIII, a preferida por autoridades, clérigos e nobres, para cerimônias oficiais e religiosas. (As imagens de mármore nos dois lados do altar principal, me lembram, pela postura corporal, as estátuas dos profetas do Aleijadinho!!!)
É o edifício sacro mais antigo da cidade. Além da nave principal, ela tem um salão lateral, iluminado por longos vitrais claros, que abriga uma galeria de arte na qual estão expostas peças de arte contemporânea com detalhes metálicos.
Depois de um bom almoço - uma truta grelhada fenomenal - o sol voltou a brilhar, mas era hora de partir. Passando de volta sobre a ponte, vimos os catamarãs, embarcações fluviais que ligam Bratislava a Viena, numa viagem de pouco mais de uma hora. O tempo instável nos afastara do plano original de fazer esse trecho da viagem pelo rio Danúbio. 
Ary com sua mãe Ruth, reunindo o grupo para seguir viagem.
As agências de turismo que promovem um passeio  nessa via fluvial anunciam que Bratislava é o melhor programa de Viena. Brincadeirinhas à parte, tudo vale a pena num cenário de tanta beleza natural e cultural. 
A viagem por terra também foi rápida e chegamos a Viena em plena tarde, tendo a luz do dia como aliada para uma primeira impressão da capital da Austria. 

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