sábado, 19 de outubro de 2013

VIENA - História e Música 2



29.08.2013
Pelas ruas de Viena


Felizmente o tempo amanheceu aberto, claro, sem chuva. O café da manhã no hotel nos reuniu para as aventuras do dia. De novo fomos ao ponto de ônibus, desta vez para explorar as ruas da cidade. Passamos o dia alternando caminhadas e trechos de ônibus. Percorremos várias ruas observando os jardins, os monumentos e os prédios. Impressiona-me principalmente o trânsito organizado o povo educado, o uso intensivo de bicicletas nas ruas planas (que inveja!) e bem pavimentadas.

Foto promocional do Quarteirão
Uma grande praça chama nossa atenção pela originalidade. É o Museum Quartier ou Quarteirão dos Museus, um complexo de museus, cafés, lojas e restaurantes espalhados por um espaço onde acontecem shows e outros eventos. A Internet confirma a impressão de que esse ambiente representa bem a moderna Viena do século XXI.
O espelho d´água pertence ao prédio do Ms Leopoldo
Estão ali o Centro de Arquitetura de Viena, o Museu do Tabaco, o Kunsthalle, cujo forte são as exposições temporárias de fotos, vídeos e arte multimídia, bem como o Museu Leopold e o Museu de Arte Moderna, ou MUMOK. Estes dois últimos merecem menção especial não só pelas coleções de arte que encerram, mas também pelos prédios, ambos imensos caixotes com paredes externas revestidas de pedra (um de basalto, outro de calcário). Os comentários no Google dão conta de que o sucesso da recente criação dessa praça amplia a atratividade turística de Viena, que anteriormente era restrita ás áreas históricas sustentadas em grande parte pelo “marketing da rainha Sissi”.
Saindo desse mundo pós-moderno, tornamos a mergulhar na velha Aústria, quando, ao parar na rua ao lado da catedral, deparamos com as carruagens de aluguel, que servem para roteiros turísticos pelo centro histórico de Viena. Essas carruagens são chamadas “fiacres”, palavra de origem francesa que também se usa na língua portuguesa. A voz no fone de ouvido conta uma curiosidade muito interessante: Esse nome foi dado originalmente, por extensão, às carruagens de aluguel em Paris, pois elas ficavam estacionadas na Rue de Saint Fiacre, vejam só! E esse nome ganhou o mundo, pelo menos na Áustria e no Brasil!
Descemos do ônibus turístico na rua dos fiacres e passamos pelo largo fronteiro à Catedral de Santo Estevão (em português de Portugal é oxítona), belíssimo templo gótico, dedicado ao mártir morto na época das perseguições aos cristãos pelos romanos. Aí me lembrei do Santo Estêvão (prefiro paroxítona) Rei da Hungria da catedral de Budapest, cujo nome cristão fora escolhido pelo Papa, em referência a esse mártir, atestando a conversão do monarca ao cristianismo.
 Chama a atenção pelo lado de fora, o telhado colorido com desenhos geométricos como aqueles da Igreja Matias de Budapeste, mais um sinal da histórica interação cultural e religiosa entre os povos da região do Danúbio.

Foi nessa igreja que Wolfgang Amadeus Mozart casou-se com Constanze Weber, no dia 4 de agosto de 1782.
Vale a pena ampliar a foto, para ver os ornatos em detalhe.
Dentro da catedral, na parte mais próxima ao altar principal, ocorria uma cerimônia à qual os visitantes não têm acesso, impedidos por um gradil de ferro. Permanecemos nas partes liberadas aos turistas, ao fundo do templo, sob o coro e o órgão. Aí fizemos nossas orações. Acendi velas em intenção dos amigos queridos e de minha família, sendo uma especial pela saúde do bebezinho nascido no Rio de Janeiro, na véspera, a Alicinha já tão querida.
Altar lateral com velas votivas
A catedral é uma igreja grande, de beleza impressionante, ornada com pinturas de colorido suave e esculturas de pedra.  A grade que separa os dois ambientes só se abriu para dar passagem aos fiéis, quando saíram em procissão, todos trazendo flores e entoando cânticos. Lá fora, na praça, eles ofereceram as flores aos passantes, um gesto muito simpático e gentil.  Não consegui descobrir o que estavam comemorando, em plena quinta-feira ao meio dia!
Detalhe na fachada lateral da Catedral


A Catedral de Santo Estêvão, sede da diocese de Viena, Austria e uma das mais antigas catedrais do estilo gótico, está situada no centro da cidade. Trata-se de uma obra mundialmente conhecida e um exemplo da arquitetura do século XII. Foi reformada entre 1304 e 1433. Sua torre norte, elevada à altura de 70 metros, foi renovada de acordo com a estética renascentista em 1579 e seu interior adquiriu uma tendência barroca. Seu famoso sino, o "Pummerin", pesando não menos que 21 toneladas, sofreu consideráveis danos na Segunda Guerra Mundial. Desde então, depois de consertado, ele toca em ocasiões especiais e para anunciar o novo ano.O órgão da Catedral, com seus 17.774 tubos e 233 registros, é considerado o maior em uma igreja católica.(Wikipedia)
Do lado de fora da Igreja, a praça fervilha com turistas e gente apressada nas atividades do dia a dia. Misturados a essa multidão estão os agenciadores de espetáculos e concertos, como aqueles que conhecemos perto da Ópera no dia anterior.
Eles abordam os turistas e mostram as atrações do dia. Apresentam-se vestidos a caráter, como se vivessem na época de Mozart, uma obsessão dos vienenses. 
Na borda da vasta esplanada à frente da igreja, são instalados vários toldos, com mesinhas e cadeiras para drinks ao ar livre. A partir daí começa uma região de comércio que se estende pelas ruas vizinhas. Visitamos algumas lojas de grifes universais e paramos em um dos quiosques, para um suco gelado e descanso. O sol forte pedia sombra e água fresca. Fez muito calor nesse dia.
Ary tinha combinado encontro com o filho de um amigo austríaco que mora no Brasil. Esse moço - sinto, mas esqueci seu nome - que tem especialização universitária em confeitaria, foi criado no Brasil e está radicado em Viena, onde trabalha numa rede de  padarias como confeiteiro. Depois que ele chegou, nosso grupo se dividiu, uns para as compras e nós, guiados pelo amigo austríaco, fomos ao restaurante Müller que serve cardápio internacional e comidas típicas. Devemos a ele uma experiência gastronômica singular. O prato indicado era um filé de porco empanado, um grande bife à milanesa cujo tamanho ocupa toda a área do prato, sobrando pelas bordas. Pena que não fotografei!. Outra especialidade, do mesmo tipo, é o vitelo empanado, minha escolha.  Tudo muito gostoso - vale a pena experimentar.
Museu Casa de Mozart
Depois do almoço, aproveitando a proximidade, fizemos uma visita ao Museu Casa de Mozart, situado num prédio de apartamentos adaptado para abrigar o museu, onde Wolfgang Amadeus Mozart residiu de 1784 a 1787. Com os benditos fones de ouvido, em espanhol ou inglês, é possível fazer uma viagem pela vida e o ambiente político e cultural em que o grande compositor viveu. Não sei se por falha minha, mas achei tudo muito enfadonho, com foco mais nas personalidades políticas da época do que propriamente na figura do maior músico de que a Áustria pode se orgulhar. A parte mais interessante refere-se à descoberta do talento precoce do menino, à sua infância e ao orgulho do pai pelo filho, reconhecido e aplaudido pela própria Imperatriz. 
Mozart menino,  Greuze/1763
Saindo dali, Ary e Márcia se dispuseram a visitar a Galeria Albertina, que, segundo a Wikipedia é "um museu de arte de Viena, na Áustria, dedicado à preservação e divulgação de uma das mais importantes coleções de artes gráficas do mundo." 
Ruth, Flora e eu preferimos deixá-los e encerrar as atividades turísticas do dia. Tomamos um taxi e fomos para o hotel. Ali chegando, fizemos ainda um pequeno passeio pelo quarteirão, para olhar vitrines de modas e vasculhar novidades numa loja de cosméticos com toda variedade possível de cremes e loções, maquiagem, instrumentos de vaidade em geral. Ótimas companhias, tudo na calma e sem pressa.

À noite, farra de gente comportada no restaurante do Hotel Regina: a turma reunida em torno de bules de chá, torradas e queijo camembert. Depois, a última noite no mini apê.
Amanhã, vamos nos encontrar às nove horas, já de café tomado, para mais uma etapa da viagem. O destino é Praga, (Prague, Praha), capital da República Tcheca.

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