terça-feira, 24 de setembro de 2013

BUDAPESTE 1



BUDAPESTE, Hungria.
20.08.2013

Viagem longa, mas perfeita, sem atrasos nem percalços. De Belo Horizonte a Lisboa, voo TAP, muito confortável com um menu delicioso ao jantar. Depois de um sono mais ou menos e de um farto café da manhã, desci no aeroporto de Lisboa e fiquei algumas horas aguardando o voo para Budapeste. Aí conheci alguns dos meus fantásticos companheiros da viagem, o casal Paulo e Eliana com a tia deles, Ilka, vindos do Rio de Janeiro.
No aeroporto de Budapeste tivemos que nos separar, porque havíamos contratado traslados diferentes. O motorista que me levou, deixou-me a uns setecentos metros do Hotel, porque era 20 de setembro, dia nacional da Hungria (ainda vou descobrir o que se comemorava). O fato é que tive que puxar minha mala e descobrir o caminho do hotel. Foi emocionante, eu numa terra estranha, andando sozinha pelas ruas à noite, numa cidade do outro lado do mundo, língua completamente desconhecida. Pois essa foi a primeira oportunidade de conhecer um pouco daquela gente bonita e alegre que se dirigia em bandos para os lados da margem do Danúbio, a fim de ver uma queima de fogos comemorativa da data. Misturamo-nos a esses bandos, eu, minha mala e minha bolsa de mão que ficava, a cada minuto, mais pesada. A indicação do motorista – “siga em frente até o fim desta rua e vire à esquerda na rua perpendicular. Daí, são apenas 100 metros até a portaria do hotel”. Vocês vão alegar que eu não entendi a explicação em inglês, por limitação linguística minha. Tá bom, reconheço que não sou tão boa como devia depois de toda uma vida estudando e ouvindo essa língua. Mas, no local indicado não havia nenhum hotel Mercure. Foi então que fiquei a par de alguns encantos do povo húngaro que se confirmaram em todo o período de minha estada naquela terra: eles falam inglês, eles são atenciosos e ajudam com boa vontade. Abordei um garçom à porta de um restaurante, expliquei direitinho em inglês o que eu queria e ele me mostrou a localização do hotel num grande mapa exposto na vitrine do estabelecimento. Percebi que o engano estava na direção indicada pelo motorista: O hotel ficava à direita e não à esquerda. Garanto que não foi erro meu, porque além de dizer com clareza “left”, ele fez um gesto inconfundível com a mão esquerda.
Foto do grupo completo, na Praça dos Heróis, Peste.


Enfim cheguei ao Hotel Mercure, sã e salva, um pouco cansada, mas feliz. Todos os companheiros já estavam lá, inclusive aqueles de quem me havia separado no aeroporto, que também tiveram que fazer um trecho a pé, por outro caminho. Formamos um grupo de 10 viajantes curiosos de conhecer aquela terra que já nos fascinava. Mas não tive pernas para ir ao foguetório, fui para meu apartamento, explorar o ambiente, guardar minhas coisas e dormir.


21.08.2013
DE MANHÃ
City-Tour por Budapeste (Buda e Peste) com transporte privado e guia em português. Duração: quatro horas.
A guia enviada pela Agência de Turismo era uma moça morena e bonita que falava um português com forte sotaque luso. Aprendera em Portugal e estudava a língua em nível de pós-graduação na Universidade local, cujo prédio ela nos mostrou durante o passeio.Seu nome: Ana. Comparada a uma cigana, pelos traços e cabelos negros, ela não gostou do que se supunha ser um elogio. Foi a primeira manifestação de uma característica local marcante: detestam os ciganos.
As fotos falam sobre os locais visitados. O interessante dessa cidade dividida é que, em Peste apreciamos os imponentes monumentos incrustados nas elevações de Buda do outro lado do Danúbio e, em Buda, podemos apreciar do alto, as belas curvas do rio e a beleza de Peste, estendida a nossos pés. Feio nessa cidade, ou nessas cidades, como queiram, só mesmo o nome.

EM PESTE:
Termas: banhos de águas medicinais, grande tradição húngara, em casas suntuosas. Acima, por exemplo, o Gelert Hotel que visitamos e onde ( em outro dia) a turma se deliciou com os banhos, piscinas  e massagens.Vitrais lindos e amplos salões.

 

Castelo Vajdahunyad, transformado em museu, com apurado paisagismo nos jardins e a escultura intrigante de um poeta sem rosto, denominado Anonimus. A visita foi só aos jardins. Entrar no museu seria incompatível com a duração do city-tour.





A Praça dos Heróis é um enorme pátio todo pavimentado, sem vegetação, adornado de estátuas, colunatas e um obelisco central, tudo para exaltar a gloriosa história da Hungria,  nação construída ao longo de  inúmeras disputas tribais e lutas contra a dominação de invasores estrangeiros.



A Basílica-Catedral de Santo Estêvão é o principal templo da Hungria e foi erguida em homenagem ao Rei EstêvãoI, responsável pela conversão dos bárbaros húngaros ao cristianismo.  "Após derrotar os nobres pagãos que se lhe opunham e unificar as tribos magiares, reza a tradição que Estêvão recebeu do Papa Silvestre II uma coroa de ouro e pedras preciosas (a qual, denominada "Santa Coroa", tornou-se o símbolo do país), juntamente com uma cruz apostólica e uma carta de bênção em janeiro de 1001, com o que o papado o reconhecia como um rei cristão na Europa.. O Rei Estêvão, o Grande, ou Santo Estêvão da Hungria foi canonizado pelo papa Gregório VII em 1083" (Wikipedia).

 



Acendemos velas e rezamos, lembrando a família e os amigos. 








É bom ressaltar  aqui que Estêvão foi o nome cristão que a Igreja deu ao rei, como condição para tornar-se um monarca reconhecido por Roma, o que era muito importante na época. Esse nome foi inspirado no mártir dos primórdios do cristianismo, o Santo Estêvão que dá nome à catedral de Viena, na Austria. Mais uma evidência das profundas ligações entre Hungria e Áustria.



Em torno da vida e personalidade de Santo Estêvão da Hungria, muitas lendas se teceram, mas a igreja dá aval à história da sua mão direita que permanece intacta, atualmente sob a guarda da Basílica, como uma relíquia santa. (O texto em língua portuguesa, ao lado, está exposto junto com outros em vários outros idiomas)
 



EM BUDA:
Mirante do Monte Gelert, ou traduzido em português para Geraldo ou Gerardo, mártir cristão que dizem ter sido degolado e lançado do alto deste morro. 
 














Lá em cima  ergue-se a estátua da Liberdade. De lá tem-se magnífica vista de Peste e do Rio Danúbio. Nota: acrescento aqui uma contribuição da Márcia, essa que está aí em baixo, abraçada ao maridão Ary: "Lembrei da Estátua da Liberdade e do que a guia ( não lembro qual delas) disse: foi a única   a ficar no lugar, já que era do tempo do comunismo e todas as outras foram retiradas e agrupadas afastado da cidade. Segundo a guia, esta acabou por ter uma outra conotação, uma vez que fica no alto e simboliza a liberdade. Disse ela que o povo a adotou por ser visível logo que se chega a Budapeste e todos ficam contentes com o reconhecimento de que chegaram, enfim, ao lar". Valeu, Márcia.



Na ladeira de acesso ao monte, estão colocados canhões soviéticos, memória da ocupação comunista depois da 2º grande guerra.


Vista panorâmica de Peste, a partir do Mirante do Morro de São Geraldo, com o Danúbio em primeiro plano, vendo-se o Parlamento, principal edificação da cidade baixa, com sua cúpula e torres . O dia estava meio nublado, a visão do Parlamento fica prejudicada.






Terminamos o tour com almoço simples e bem servido, no restaurante italiano ao lado do hotel, o “Cucina”. Em seguida, descanso, porque à noite temos festa.







À NOITE
Para que esta turma toda veio à Hungria? O que viemos fazer aqui?
A resposta mostra bem a delicadeza dos sentimentos e das relações que unem a família Révész. Nome húngaro, significa barqueiro.
Dona Ruth, baiana faceira, casada com o Sr. Révész, imigrante húngaro, teve com ele 4 filhos dos quais ela só tem que se orgulhar. Viúva muito nova, completou a educação dos filhos com coragem, trabalho e elegãncia. Todos se lembram do pai com carinho e orgulho, alegre, brincalhão, bom exemplo de dedicação à família. Hoje, Carlos, Paulo com Eliana, Mônica e Ary com Márcia  estão reunidos para comemorar nesta cidade encantadora, o aniversário de 91 (noventa e um!) anos de Ruth. Uma homenagem às boas recordações.Eu tive a sorte de participar da festa, aceita entre as tias que acompanharam a família na viagem: Ilka, Flora e Leda, completando uma alegre caravana de 10 pessoas.
Na foto feita no restaurante escolhido para a comemoração, está uma parte do grupo, com Ruth sentada à frente e a presença de uma recepcionista da casa, usando trajes de camponesa húngara. Lindos bordados característicos no avental e blusa.
Foi uma noite maravilhosa, com bebidas e comidas  típicas e show folklórico. As danças e as vestes das dançarinas lembram as prendas e gaúchos do sul do Brasil, de origem européia. As coreografias masculinas com o sapateado de botas sobre tablado de madeira, lembram também umas danças que já vi no Triângulo Mineiro. O repertório da orquestra típica inclui músicas tipo rancheira e outras de nítida inspiração cigana.



Em seguida fizemos um passeio de barco sobre o Danúbio em noite clara. Vejam a cabecinha branca de Ruth, aproveitando tudo, na maior animação!





Visão noturna do Parlamento iluminado, em toda sua magestade e beleza. 

















A noite se completou com nova visita  ao Mirador Gerardo. (cada vez a tradução do nome sai diferente , conforme o tradutor!)
À noite, a mesma vista da cidade e do rio toma novo encanto.
Assim terminou nosso primeiro dia em Budapeste. Bom começo. Amanhã, novas excurções pela cidade.

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