sábado, 28 de setembro de 2013

BUDAPESTE 2



22.08.2013
Budapeste e Gödöllö.

 Reunido o grupo, de manhã, tomamos a van para visitar o Castelo da Raínha Sissi. A 30 quilômetros de Budapeste, na localidade de Gödöllö (a língua húngara mata nossa saudade dos tremas!!!), este castelo barroco foi construído no século XVIII pelo Duque Antal Grassalkovich, numa tentativa provinciana de imitar Versailles – claro que não chega nem aos pés. As paredes com pintura imitando mármore são parte desse esforço. No entanto ressaltam-se detalhes de muito bom gosto, especialmente a decoração sob a inspiração da Sissi (aquela do filme), já no século XIX. Não são permitidas fotografias no recinto. Por isto, atenção: as duas fotos seguintes não existem.

 Conhecido como Castelo da Rainha Sissi  – eu o chamaria de palácio, é muito urbano – foi presenteado ao imperador Habsburgo, Francisco José, e sua belíssima esposa Elisabeth quando foram coroados reis húngaros em 1867. Sissi e o marido, mas principalmente ela, usavam esse castelo com frequência, deixando nele sua marca pessoal. Ele, no escritório austero, em que exercia sua compulsão pelo trabalho e ela, com o carisma que a fez uma rainha adorada por seus súditos. 



À frente do Império Austro-Húngaro, com sede em Viena, reinaram com plena aceitação do povo da Hungria.
Sissi, uma mulher à frente de seu tempo, soube desenvolver sua independência e ter uma vida própria, apenas subjugada por seu ideal de beleza que a levava a uma dieta diária de privação de alimentos. Tinha outros palácios, em várias terras por onde se estendeu o poderio de seu império. Neste, de Gödöllö, naquela época havia toda uma ala dedicada à equitação, um recinto amplo e fechado onde se realizavam eventos equestres e a rainha e os nobres da corte tinham aulas desse esporte de especial agrado da monarca.

Gödöllö é uma cidade pequena, na região metropolitana de Budapeste, com lindos jardins e ruas floridas.




Voltando a Budapeste, andamos a pé pela Avenida Andrássy, no centro comercial, onde fica, entre muitas outras, a livraria (foto) “imortalizada” no filme de Chico Buarque que leva o nome dessa cidade. Livrarias, naturalmente, são locais de encontro de intelectuais. Muitas delas têm bares ou casas de chá e são conhecidas por uma antiga tradição (não sei se prevalece hoje) de vender fiado aos artistas em má fase, confiando em que eles hão de pagar quando suas obras fizerem sucesso. No sub-solo dessa avenida fica o mais antigo metrô no continente europeu, primazia que é motivo de orgulho para o país. (O de Londres é anterior, mas não é no continente.)
Depois do almoço, fomos tomar sorvetes e tivemos uma daquelas aventuras próprias de turistas em terra estranha: gastamos perna e todas as calorias recém-adquiridas na busca do caminho mais curto para o Hotel, problema que acabou resolvido com dois taxis providenciais.
À noite, jantar em ótimo restaurante, vivendo o lado chique de Budapeste.
A experiência do primeiro dia que veio a se confirmar nos seguintes, mostrou-nos que o idioma húngaro, talvez seja um dos mais difíceis do mundo ocidental, tanto quanto à escrita quanto à pronúncia. Ele não pertence a nenhuma família conhecidas das línguas europeias, como as germanicas, latinas ou eslavas faladas nos demis países da Europa. Diz nossa guia Katalin Leimeiszter que há muita controvérsia sobre as raízes desse idioma, pois mesmo que tenha origem em algum longínquo grupo linguístico asiático, esse vínculo é difícil de ser identificado.

23.08.2013
 A ESTRELA DO DIA É BUDA

O riquixá (português brasileiro) ou riquexó (português europeu)  (em inglês: rickshaw) é um meio de transporte de tração humana de origem asiática mas atualmente proibido na Ásia em decorrência dos numerosos acidentes. Na versão atual em Budapeste é um veículo de três rodas, conduzido por jovens ciclistas. Para a Hungria chegou de Londres há poucos anos e agora é atração turística.No modelo que usamos, o ciclista pedala na parte frontal do riquixá.Em geral os condutores são estudantes em ocupação temporária nas férias de verão. 
 Nosso condutor é estudante de música, faz pós-graduação com especialização em jazz, incluindo a bossa nova. Ele não fala nem entende o português, mas cantou algumas músicas com boa pronúncia da letra, inclusive a inevitável Garota de Ipanema.
Um passeio original: 5 riquixás, dois de nós em cada um, saímos do Hotel, percorremos as ruas de Peste até a lindíssima Ponte das Correntes – guardada por grandes leões de pedra - e chegamos a Buda.

A subida da montanha foi feita no bonde Budavári Sikló, tipo funicular, ou seja, caminho de ferro em plano inclinado destinado a vencer rampas fortes. Os riquixás seguiram pela estrada sinuosa, livres do peso dos passageiros.
Quando chegamos lá em cima, eles já nos esperavam no ao pátio do Castelo de Buda, construído no século XIII como fortaleza para defender os húngaros contra os tártaros de Batu Kan. A edificação já sofreu desde então vários acréscimos e reformas, tendo sido parcialmente destruído em várias guerras inclusive na segunda guerra mundial e reconstruído em seguida.
Muita coisa para ver e apreciar que não cabe em uma pequena excursão de poucas horas.

Um espetáculo interessante é a troca da guarda do Palácio, feita com todo o rigor militar.
Terminada a cerimônia, as fotos sãolivres e os guardas impassíveis.
Atualmente nesse conjunto  funcionam, além do Palácio Presidencial, a Galeria Nacional, a Biblioteca Szechenyi, Arquivo nacional e Museu Histórico de Budapeste.
Das amuradas, a gente fica deslumbrada com a paisagem descortinada.
O passeio, iniciado com o friozinho da manhã, agora se desenrola sob um sol escaldante. Haja água! Mas vale a pena! Deixando o palácio, seguimos para um local próximo, a Cidade Medieval de Buda, com construções de várias épocas.


Visitamos a Igreja de Nossa Senhora, mais conhecida como Igreja Matias, nome do rei que lhe deu destaque pela grande utilização do templo em suas devoções. Pelos relatos da época da conversão dos húngaros ao cristianismo, o culto a Nossa Senhora nasceu pelo fenômeno do sincretismo religioso, com a fusão de Maria, mãe de Jesus, com uma figura materna venerada nos cultos primitivos das tribos pagãs que habitavam a região. É impossível ficar indiferente às cores que brotam do telhado da igreja, constituído por mosaicos multicores. O interior não é menos impressionante. As paredes estão meticulosamente pintadas à mão; um trabalho extraordinário.
 












No pátio do Bastião dos Pescadores, perto da igreja, fica uma estátua equestre do rei Santo Estêvão I da Hungria, garboso em suas vestes majestosas e nos arreios suntuosos de seu cavalo. Das arcadas desse pátio voltamos a apreciar a vista sempre maravilhosa do Danúbio e da cidade.
 À noite, para completar um dia belíssimo, fomos ao famoso  New York Café de Budapeste, localizado no Boscolo Hotel, (5 estrelas, claro) e considerado um dos mais belos estabelecimentos do gênero no mundo. A decoração art nouveau, seus espelhos, cristais e dourados representam bem o estilo e a riqueza de um tempo que, não sem razão, ganhou o nome de Belle Époque.

Mas o nome, dizem, não foi escolhido em homenagem à cidade americana, que a Europa não se curvaria tanto assim. A idéia era representar o conceito de estilo que ela simbolizava na época: a casa nasceu para funcionar sem parar, 24 horas por dia. Mas isto não é uma homenagem??? 
Noite agradável, com música e ambiente que corresponde à fama. 
A ocasião merecia: Mônica, (que pena!) nesta noite se despedia do grupo, tinha que voltar ao trabalho no Rio. Percorri com ela alguns dos ambientes e adorei ver e compartilhar seu entusiasmo e admiração.




Nenhum comentário:

Postar um comentário