quarta-feira, 7 de julho de 2010

A ética na escola

"Aula de ética é em casa, não na escola"  - este o título do artigo de Gustavo Ioschpe, na VEJA 30 de junho de 2010, p120.
O título apresenta essa afirmativa mas, como acontece com muitos títulos, ela é apenas uma provocação para chamar a atenção do leitor. Num primeiro momento parece ser uma posição radical contra o papel das escolas em relação à ética na educação.
Uma posição que se baseia na convicção do autor de que o "desenvolviemnto ético de uma criança é uma prerrogativa de seus pais".
Mais adiante, vem uma afirmação aparentemente contraditória: "Acredito, sim, que a ética tem papel vital na escola, mas não no discurso, e sim na ação". Viva! Estamos de acordo.

A escola não pode passar ao largo de sua função educativa - e a formação ética faz parte, sem dúvida da educação escolar. O papel mais forte nessa área de aprendizagem é das famílias, onde os alunos adquirem e vivem os valores que seus pais lhes transmitem - bem ou mal. Concordo também com o autor, quando explica seu ponto de vista, dizendo que "cabe à escola criar ambiente propício à liberdade intelectual, sem esquecer de aplicar no dia a dia os princípios éticos que norteiam a vida em sociedade" tais como pontualidade, assiduidade de professores e alunos, regras aplicadas a todos, punição à violência, a que eu acrescentaria o rigor no cumprimento de compromissos, o respeito e a gentileza nas relações.

Aí vem a grande questão levantada nesse texto: o autor duvida que os professores brasileiros estejam preparados para travar a discussão sobre ética com a profundidade que o tema exige. E teme que o conteúdo, tratado com superficialidade desande para o discurso panfletário, transformando o ensino em doutrinamento - um perigo real. E vai além. Citando a banalização da cola - com base em sua experiência de estudante que jamais viu um aluno ser punido por ter colado em prova - alega que nesse cenário, em que os trapaceiros se dão bem, falar em ética é um deboche e um desserviço.

Não vou levantar aqui as questões sobre a pertinência da ética como conteúdo curricular, mas quero manifestar minha inquietação com a relevância do preparo dos professores, não apenas para discutir ética com seus alunos sem resvalar para a manipulação doutrinária, mas também para agir realmente com ética nos assuntos mais diversos e nos momentos mais comuns da vida escolar. Acho essa profissão a mais difícil do mundo. Que responsabilidade! 
Vocês não acham?

Um comentário:

  1. Hoje já é domingo,
    e... mesmo no dia que não temos nada para fazer, temos o domingo na casa da Vó. O bom é poder dividir com os outros a lama de ficar jogado no sofá, comer comida gostosa, falar coisas sobre a semana e discutir temas polêmicos.
    Estar na casa da Vó Ledinha é como ter uma referência de tudo que somos...
    Beijos Eliana

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