Então vou deixar aqui, agora, esta mensagem:
A MÁGICA DO DOMINGO
Um dia, recebi um texto de autor não identificado. Talvez vocês já o conheçam, mas aí vão alguns trechos, para focalizar o tema:
Perguntaram a uma menina o que ela gostaria de ser quando crescesse.
Ela respondeu:
“-Gostaria de ser avó”! Ao lhe perguntarem por que, ela completou:
“- Porque os avós escutam, compreendem. E, além do mais, a família se reúne inteirinha na casa deles...”
“Os avós não fazem nada e por isso podem ficar mais tempo com a gente.”
“Na casa deles tem sempre bolo, balas e uma lata cheia de suspiros.
Eles contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos e histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas!”
“Os avós sabem um bocado de coisas”.
“O colo dos avós é quente e fofinho, bom da gente sentar quando está triste”.
“Todo mundo deveria tentar ter um avô ou uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós”.
Eu, que sou avó, fico pensando:
A gente tenta, a gente tenta...
Mas as pessoas são diferentes... Cada uma tem um jeito.
Quem dera todas as crianças conseguissem ter avós assim, tão gente fina...
Quem dera todas as avós conseguissem ser assim, tão boas...
A gente tenta, mas escorrega às vezes.
A menina acha que todo dia é domingo.
Que a tal velhinha é boazinha todo dia.
Que tem tempo pra brincar, contar histórias, que não tem que trabalhar...
Que não se aborrece nunca, que não perde a paciência, que não sofre.
Que não é obrigada a dizer vários "não" a si mesma e a outros...
Vá viver com ela uns dias pra ver!
A velhinha pode ser como qualquer adulto.
Como a mamãe que se zanga, perde a paciência, põe de castigo, não deixa brincar com fogo.
Como o papai que chega cansado e não tem papo pra criança. Ou que fica bravo só por causa de umas notas vermelhas no boletim escolar do adolescente cuja única obrigação na vida é estudar...
Eles estão preocupados em educar, em prover, tão aflitos com o futuro que nem sempre conseguem aproveitar toda a alegria do presente.
Quando se dão conta, os filhos, mesmo estando ali por perto, já cresceram, não querem mais brincar.
Não querem mais ouvir histórias. Então...
Bom mesmo é ter netos.
É ter um colo quentinho onde eles se sintam amados e protegidos, antes de ficarem tão grandes que já não cabem no colo de ninguém.
É ter uma gaveta cheia de lápis de cor, papel, tesouras e tintas, uma caixa de fitas coloridas, uma estante de livros, discos e filmes, um armário de brinquedos (novos e usados), cobertores fofinhos, almofadas de todos os tamanhos, pilhas de toalhas de banho, gramados verdinhos e bancos de jardim, canecas, sorvete, pipoca, queijo quente, pão com manteiga, chocolate, árvore de Natal, presépio - e um computador esperto, multiuso, para todas as idades.
Bom mesmo é que os filhos trazem seus filhos para perto da vovó.
(Apesar de tudo, os filhos ainda gostam da gente. Agora, eles nos entendem.)
Bom também é ter família grande. Cada um de um jeito.
Pra gente aprender muitas formas de amar.
Pra não confundir amar com agradar, nem confundir agrado com manipulação.
Pra saber dividir - ou multiplicar? - o amor em partes iguais, mas bem diferentes!
Pra não colocar no mesmo saco o amor com a competição e a rivalidade.
Pra jogar um jogo em que todos ganham como no velho brinquedo de roda: - todos juntos, de mãos dadas, olhando-se de frente e... cantando.
Bom mesmo, para esta velhinha, é passar a semana ocupada, ter projetos, ter amigas.
Poder enfrentar todas as lutas, as perdas, as saudades...
Na hora dos problemas, não procurar culpados, mas soluções - e pedir ajuda se for preciso.
Continuar aprendendo, cultivar a curiosidade e a observação, procurar entender o mundo que está mudando todo dia.
E guardar, no fundo do coração, a gratidão pela divina mágica do almoço de domingo, sua receita secreta e infalível para recuperar energias e alimentar a alegria de viver.
Pois não foi para isto que Deus inventou o DOMINGO?
(E olha que ele nem tinha netos, nem sabia como era bom!)
Bom domingo!