Rodovia e ferrovia |
No trecho da viagem entre Riga e Talin a paisagem mais próxima do litoral tem ares de florestas mesmo, como nós as conhecemos - árvores diversas, coloridas e verdejantes, cores de primavera. Paralela ao nosso caminho, a ferrovia nos acompanha e nos dá inveja. Países que nem estão na lista das maiores economias do mundo já conquistaram o direito de ir e vir confortavelmente! Vale a pena lembrar aqui: país verdadeiramente rico não é aquele onde o pobre pode ter carro, mas aquele em que o rico anda de transporte público.
Jardins do castelo |
Muralhas e torres de pedra |
Castelo de Sigulda |
O Castelo de Sigulda foi construído em 1207, pelos Cavaleiros da Cruz - uma testemunha de pedra das conquistas cristãs da Idade Média. Muita flor nos jardins bem tratados mostram o cuidado e o orgulho que esse povo tem do seu patrimônio.
Paisagem de primavera |
Túmulo da princesa infeliz |
Um
túmulo, debaixo de uma árvore, traz a inscrição do nome Roze, ou Rosa, pelo qual era conhecida a princesa Maya, por causa de sua beleza e bondade. Seu fim trágico
é o clímax de uma história de amor entre a moça e o jardineiro, enredados na intriga de dois facínoras que levaram a infeliz princesa a sacrificar
a vida para resguardar sua honra e lealdade ao namorado. Acusado injustamente
de ter assassinado a amada, o jardineiro afinal foi salvo pela confissão de um
dos malfeitores, arrependido de sua vilania. A primeira coisa que o jovem fez ao sair da
prisão foi plantar uma árvore para crescer sobre o túmulo da bela Rosa de
Turaida.
Poderio feminino em viagem pelo Leste Europeu. Viva nós! |
Perto desse cenário de romance e tragédia, nossa turma se reúne numa foto
só de mulheres. Os homens - apenas três maridos dedicados - abrem mão de
aparecer na foto, para poder apreciar, de frente, tanta beleza junta!!!!! Ou, talvez, para se revezar na função de fotógrafos voluntários. O fato é que aí estamos, quatro
peruanas, três mineiras, duas paulistas e duas paranaenses. Somando os homens, somos 14 viajantes que, a essa altura já estão completamente integrados. Apesar da maioria de brasileiros, os guias não falavam português. Muito temos ainda a conquistar no mundo do turismo.
Ninho de cegonhas |
Vale a pena registrar também o bom humor como traço característico da Letônia, mais uma vez demonstrado nesse conjunto de esculturas de pedra e sucata metálica, uma orquestra plantada no meio dos jardins do castelo.
E assim deixamos a Letônia, o país das cegonhas, e atingimos terras da Estônia antes da hora do almoço.
A propósito, a ave símbolo da Estônia é a andorinha, mas acho que ainda não chegaram para o verão.
E assim deixamos a Letônia, o país das cegonhas, e atingimos terras da Estônia antes da hora do almoço.
A propósito, a ave símbolo da Estônia é a andorinha, mas acho que ainda não chegaram para o verão.
A cidade tem cerca de 400.000 habitantes, aproximadamente um terço da população do país. Como todas as que visitamos anteriormente nesta viagem, tem a parte moderna com residências e edifícios comerciais de luxo e o núcleo antigo, encantadoramente preservado. É a mais antiga capital do norte da Europa.
Com o estilo arquitetônico típico da região e ruas sinuosas, a bela Talin não deixa de nos surpreender com soluções urbanísticas peculiares e seus prédios esquisitos.
Esquisito mas bonito! |
Dizem que uma certa casa alaranjada inspirou o romance Guerra e Paz, de Leon Tolstoi. |
Telhados vistos da amurada de um castelo |
A bandeira da Estônia tem três listras horizontais de igual largura: uma azul, uma preta e uma branca. O azul simboliza o céu e as águas do mar e dos lagos. Também representa a lealdade ao ideal nacionalista. O negro é a cor da terra do país e das noites longas do inverno. O branco é a cor da neve e das noites brancas sem fim. Simboliza a esperança do povo na felicidade e na luz.
Praia não é atrativo para quem vem do Brasil... |
O
passeio de ônibus termina na visita à Igreja Cristã Ortodoxa de Santo Alexander
Nevsky. O estilo majestoso e rebuscado prenuncia o das igrejas russas que veremos depois.
Muito me impressiona a quantidade de mendigos esmolando junto à escadaria da entrada principal.
Muito me impressiona a quantidade de mendigos esmolando junto à escadaria da entrada principal.
Em seguida visitamos a Catedral Luterana. É a primeira construção de pedra e a mais antiga da cidade. Tem uma bela coleção de escudos e móveis antigos.
Uma rua longa apelidada de "Perna Comprida" nos leva pelo centro histórico a dentro, ora bem estreita, ora um pouco mais larga, com um comércio típico de artigos para turistas e termina perto da Igreja do Espírito Santo dos Pobres, com uma passagem sob um arco aberto para a praça central.
Uma rua longa apelidada de "Perna Comprida" nos leva pelo centro histórico a dentro, ora bem estreita, ora um pouco mais larga, com um comércio típico de artigos para turistas e termina perto da Igreja do Espírito Santo dos Pobres, com uma passagem sob um arco aberto para a praça central.
Início da "Perna Comprida" |
A denominação "Perna Comprida" é usada para contrapor-se á
Entrada da "Perna Curta" |
A Igreja do Espírito Santo dos Pobres, em sua simplicidade, é muito bonita e tem, como único adorno externo, um grande relógio que funciona. |
Chegar à praça é entrar num mundo colorido e festivo - sem a agitação de Riga. É bom lembrar que é domingo. No meio da praça, um grande palco e som em alto volume de música eletrônica, do rock aos hinos religiosos. Toldos amarelos ou brancos abrigam mesas de restaurantes e casas de chá. As lojas têm decoração típica e os vendedores se vestem com trajes tradicionais de aspecto medieval.
A praça e ruas ao seu redor parecem preparadas para um festival ou um evento folclórico. Mas não, os guias informam que é assim durante os meses quentes do ano. Pela rua circulam figuras fantasiadas para criar a sensação de estar em outra época.
Faz muito calor neste dia. No
meio da tarde, somos surpreendidos por um temporal inesperado que transforma as ruas em riachos e
encharca nossos sapatos. Corremos para uma garagem vazia e lá ficamos. apertados entre
pessoas de várias nacionalidades. Quem está perto do grande portão de
madeira toma as decisões - ora abrir uma fresta para não nos sufocarmos, ora fechar tudo
para nos proteger das lufadas de vento com chuva. Passou logo, felizmente.
Voltamos ao hotel para tirar as roupas úmidas. No caminho já estamos quase secos.
À
noite – ainda com um pouco da claridade do sol - jantamos em um restaurante típico, com garçonetes a caráter, garçom falante e comida gostosa. Vinho da casa, de garrafão.
Na rua, de volta para o hotel, passamos por um quarteirão inteiro só de lojas de flores. Variedade, colorido e beleza sem igual. Que rua bonita! Mas penso, impressionada: - haverá demanda para tanta flor? Mercadoria perecível, mas completamente viçosa. Até quando?
Junto à calçada, esperando fregueses, postam-se elegantes carruagens com cavalos ricamente ajaezados, como nas histórias de fadas.
Voltamos ao hotel para tirar as roupas úmidas. No caminho já estamos quase secos.
Uma rua só de flores! |
Na rua, de volta para o hotel, passamos por um quarteirão inteiro só de lojas de flores. Variedade, colorido e beleza sem igual. Que rua bonita! Mas penso, impressionada: - haverá demanda para tanta flor? Mercadoria perecível, mas completamente viçosa. Até quando?
Junto à calçada, esperando fregueses, postam-se elegantes carruagens com cavalos ricamente ajaezados, como nas histórias de fadas.
Carruagens para passear à noite. Vamos ao baile da Cinderela? |
Talin nos deixa a sensação de que ali existe vida civilizada, com bom gosto e um certo refinamento na maior simplicidade. Assim como suas irmãs do Báltico que visitamos nesta viagem, encanta os turistas com a sensibilidade estética e as habilidades artesanais de sua gente.
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