Saída: 28/03/2013 - DE BH A SANTA BARBARA.
A convite da Deise, em comemoração a seu aniversário, tivemos um programa muito especial em Santa Bárbara, MG, onde nos hospedamos em apartamentos reservados por ela no tradicional Hotel Quadrado. Companheiros desta etapa da viagem, os irmãos da aniversariante: Júlio, Eliana e André.
Saímos pela BR 356, Andre dirigindo. Paramos para gasolina e calibrar pneus no Posto Chefão. Cuidado: os dianteiros estão carecas!
Almoço em Ouro Preto. Evitamos a perigosa BR 381, fazendo um caminho mais longo, sem pressa!
Ao chegarmos a Santa Bárbara, descansei um pouco, no quarto 03 do Hotel Quadrado, enquanto esperávamos por Deise que estava trabalhando numa obra de restauração, numa mina da Vale, aqui perto. A região é toda tomada por intensa atividade mineradora.
Saímos pela BR 356, Andre dirigindo. Paramos para gasolina e calibrar pneus no Posto Chefão. Cuidado: os dianteiros estão carecas!
Almoço em Ouro Preto. Evitamos a perigosa BR 381, fazendo um caminho mais longo, sem pressa!
Ao chegarmos a Santa Bárbara, descansei um pouco, no quarto 03 do Hotel Quadrado, enquanto esperávamos por Deise que estava trabalhando numa obra de restauração, numa mina da Vale, aqui perto. A região é toda tomada por intensa atividade mineradora.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIK8c0IxA-dYi5s-4xj2pKmptWnc7XP_pgqbgOZXGD8vmB3PKxczqXRXnYoBnoU2tNwEXgl_6WkZmuuhx33vMVXbUiQ13ddrAW7dU_OdgXw9gkT-n-_ssVaswkehSFd7KIZgojI-iZ9nVU/s200/2013+03+NiverDeise+02.jpg)
Música
ao vivo e um petit gateau com sorvete e 5 colheres! A música estava ótima. O
cara fazia um som bem balançado, em qualquer ritmo para agradar a todas as
gerações, com voz superlegal. Rapazinho
bom de bola com um violão e um computador ligados num sonzão de várias caixas.
$15 de couvert artístico opcional ($3 por pessoa). Valeu.
Na praça diante do
hotel, encenação da Paixão, parte 1: a vida de Jesus desde o nascimento, até à
traição de Judas - na peça ele tinha ciúmes de Jesus, porque era apaixonado por
Madalena - licença poética?
Essa apresentação, de
grande beleza cênica, feita num palco de superstar, armado na cabeceira da
praça, é patrimônio imaterial da cidade. Pena que temos que assistir em pé! Não
aguentei até o fim e fiquei só ouvindo o som potente, do hall do hotel. Quando
vim para o quarto, Deise, mãezinha amorosa, ainda ficou esperando o Mateus que
chegaria de ônibus com o amigo Leandro.
Amanhã, pretendemos
ir ao Caraça. Periga passarmos fome, porque é Sexta-feira Santa e ninguém
trabalha no interior de Minas. Vamos ver.
29/03/2013 – PELOS
CAMINHOS DO CARAÇA
Participantes:
Júlio, Deise com Mateus e Leandro; Eliana e Andre - e eu.
Depois de um belo
café da manhã - e vocês vão ver porque esse café foi aqui louvado - partimos
para o programa do dia: visitar o Caraça, o mais famoso destino turístico da
região.
Ai fica demonstrada,
mais uma vez, a engenhosidade da Deise em transformar um programa simples e
objetivo em complexa atividade de múltiplas manobras. Antes de pegar os carros
na garagem, demos um “pulinho” na Matriz de Santo Antônio, ali, em frente ao
Hotel e, de quebra, tivemos uma bela aula sobre estilos e respectivas épocas,
uso do ouro e da prata em retábulos e altares, características das imagens de anjos,
de Nossa Senhora do Rosário e do arcanjo São Miguel e até mesmo sobre o santo
patrono da casa, o Antônio de Lisboa que veio a falecer como Antônio de Pádua,
na Itália. À porta da igreja crescia uma extensa fila de fiéis que adentrava a
nave central: era a fila da confissão. Lá na frente, junto aos altares
laterais, dois sacerdotes ouviam as confissões e lhes determinavam a devida
penitência, por isto não pudemos nos aproximar muito. Ambiente de muito
respeito e contrição - de nossa parte, gente fina, imensa discrição.
Em
seguida, descemos a alameda que circunda a praça e, lá na extremidade, atrás do
palco, fomos ver a paisagem, sentados em bancos de madeira sob uma pérgula.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkVH6utv5FVhLg8VqfPy-pvh_DO8Mr6L63yln2lcT0lozzmqr-7fGd9duzDBe7eg4-M59332Yvo__XVfsRjxgFDQaRCbcq__z4aGOM0oqckeQqa-I9DGTkcbLG8_SKklSTyLvZgSpQReO-/s200/2013+03+Santa+B%C3%A1rbara+04.jpg)
Em meio a muitas
brincadeiras, sorteamos no "par ou impar" nossa distribuição nos carros.
Enfim,
partimos - o carro da Deise na frente para indicar o caminho - eu dentro, mais
o Julio.
Pronto? Rumo ao
Caraça! Mas não! Errando o caminho na encruzilhada, fomos conhecer Catas Altas.
É impressionante a beleza da paisagem, para qualquer lado que se olhe:
montanhas de todo tipo, distantes e próximas, pedras pontiagudas e cascatas que
podem ser avistadas a grande distância.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1G59oF4u1mnpOSTKCN3qcEJFxHNVQyFIHlsbN3as0LYhAyu1Geza8rnz2cMXKnI0KQUqdJtSsnCeZA_BrfphrfeDUMD7_GdqVEVR2M36s-F_lCXaIOF2x2dG5pjy4Y3AvE0cRaHt46JJ4/s200/2013+03+Catas+Altas+03.jpg)
Agora,
vamos mesmo ao Caraça. Ou não? Pois no caminho ainda paramos para apreciar uma
linda capelinha cuja restauração também faz parte do currículo da arquiteta
Deise, nossa guia turística. Uma lindeza! É a Capela de São José, no lugarejo
denominado Sumidouro.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhog-OJ7dMkWuruDa7zULqTmAJPr18UrDm31otah8j5_MOSX2o9P6yRYFVRp1pc6z5pRTic3oxmNrNFEdsq0z6O6PXen_il7T_uHyCfOXCVwTtdHp1IPDx6ImhrOP3Yn1Xbx7Ke6tiM_ok2/s320/2013+03+Cara%C3%A7a+01.jpg)
As
edificações preservadas do antigo educandário masculino mostram as
características de cada etapa da construção.
A igreja original,
condizente com o prédio colonial, foi substituída pela atual, de estilo
inspirado nas catedrais góticas da Idade Média, e concluída cem anos depois da
primeira. É um conjunto de grande beleza, cercado e entremeado de jardins
floridos e bem tratados, como os dos castelos de França. Possui até mesmo
catacumbas...
1) a visita com que o Imperador D. Pedro II
honrou Minas Gerais, tendo se hospedado no Caraça a convite de Afonso Penna,
então presidente da Província;
2) com evidente orgulho, um quadro destaca os
nomes de mais de cem alunos do colégio que se tornaram personalidades
importantes na vida pública brasileira: inúmeros políticos, inclusive alguns
presidentes da República, (entre os
quais o Presidente Afonso Pena, filho da terra) juristas e escritores de renome,
vindos de vários pontos do país.
Duas coisas a lastimar:
1.) a
desorganização do museu local, com mau aproveitamento da riqueza de informações
que o acervo disponível poderia oferecer se fosse bem trabalhado. Essa
instituição cultural que conta com o patrocínio, entre outros, da fundação
Roberto Marinho, não faz jus à magnífica intervenção realizada na velha edificação,
cujas paredes em ruínas foram substituídas por painéis de vidro fumê.
2.) as condições pouco satisfatórias de atendimento aos
visitantes, quanto a banheiros e refeitório – um verdadeiro “espanta turistas”.
A comida não era de má qualidade, mas insuficiente para o número de visitantes
no feriado e servida sem cuidado - lembrando a má fama da alimentação nos
detestados internatos do passado. Dizem que o trato nos refeitórios
industriais, mesmo em empresas de prestígio, não difere muito da experiência,
digamos, pouco animadora que tivemos - será possível?
Ainda
que insatisfeitos, não perdemos o bom humor e, pelo menos, ficamos alimentados,
o que, aliado ao farto café da manhã, nos livrou de um dia de fome - pois, de
lá até aqui no hotel em Santa Barbara, não havia sequer um restaurante, bar,
boteco ou similar aberto. Ainda que hoje seja dia de jejum, nossos estômagos
pós-modernos, pouco praticantes de ritos penitenciais, não sabiam como lidar
com esse tipo de situação.
Na volta, passamos por Brumal, antigo distrito de Santa Barbara, onde era rezada uma missa na igreja que, como outras da região, foi restaurada pela equipe da Deise, no fim do século passado. Lembro-me de ter participado dos festejos da inauguração da igreja após essas obras. Naquele dia distante, assistimos missa, vimos uma cavalhada e uma exposição de artesanato. Meus netos, Mateus e Bernardo, bem pequenos na época, divertiram-se à farta com uns cavalos mansinhos, montando-os ou puxando-os pelo cabresto. O lugarejo continua o mesmo e, no imenso gramado onde se fizeram essas comemorações, ainda funciona um velho chafariz e lá estão os cavalos a pastar, não necessariamente os mesmos. (Na falta de foto atual, aí vai uma de 1998)
À
noite, a fome rondando e restaurantes fechados, salvou-nos a solicitude da
camareira do hotel, a alegre Elaine, que se dispôs a nos preparar um lanche com
itens do café da manhã do dia seguinte, retirados com presteza da despensa do
estabelecimento. Foi uma festa de café, leite, iogurte, manteiga, queijo,
presunto, bolo, pão de queijo saído do forno, pães de forma e até um suco de
laranjas espremidas na hora.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnk9F06Jo8GFGApAnK8tqVC1jPDS97BH611YmEOMVapS9BNn8BxRqtkll4B7OnTL79j_bVYjcRQ3b0uAuP2Dazsi-ivsH-3GkikN1RxDCDwwq-u0z78zjGvcxVITFmfibUgE1ms0WGWA50/s320/2013+03+Santa+B%C3%A1rbara+03.jpg)
Enquanto escrevia as
primeiras linhas de hoje, ouvia os ruídos, a música e as falas das cenas finais
do drama que se passava lá fora. Uma pena perder tão belo espetáculo.
Lembrete: se não
levar sua própria merenda, evite viajar pelo interior de Minas na Sexta-feira
Santa.
30/03/2013 - CONHECENDO SANTA BÁRBARA.
30/03/2013 - CONHECENDO SANTA BÁRBARA.
Sábado
de manhã, dia nublado, mas, eis-nos animadamente andando a pé pelas ruas,
ladeiras e escadarias da cidade.
Primeiro, o memorial
de Afonso Pena, ilustre filho da terra e ex-aluno do Caraça, brilhante político
brasileiro, do tempo em que era honroso ser político. Primeiro mineiro eleito
presidente do Brasil, advogado, doutor em Leis e autor de várias obras
jurídicas, fez brilhante carreira política, começando como prefeito de sua
cidade natal e tendo ocupado todos os cargos da estrutura política da época,
menos o de vereador: foi deputado por vários mandatos, senador, presidente de
Minas Gerais. Jurista respeitado, a escola de Direito da UFMG, em Belo Horizonte, foi denominada
Casa de Afonso Pena, em sua homenagem.Seu nome também foi dado não só à principal avenida da capital de Minas, como ao aeroporto de Curitiba, Paraná.
O memorial é um museu com acervo rico e
bem conservado, localizado no casarão que foi residência da família Pena e
guarda fotos, móveis, objetos e documentos de valor histórico. Na sala de
jantar, um surpreendente forro, com pintura de época anterior a Mestre Ataíde,
descoberta debaixo de várias camadas de tinta.
O
próprio prédio e suas modificações ao longo dos séculos é um dos principais
itens dessa memória preservada. Na recuperação e restauração desse patrimônio foi
e continuam sendo utilizados os mais modernos recursos da tecnologia e da
museologia. Aí pudemos constatar com justificado orgulho, a competência
profissional equipe da Deise, da qual participava, na época, o atual visitante,
o Andre. Registre-se aqui, com muito orgulho, que o projeto dessa grande obra é
da arquiteta Fernanda Bueno, nossa querida amiga.
Aqui, registre-se, de
passagem, que o guia que nos acompanhava aproveitou com interesse a inusitada
oportunidade de ampliar seus conhecimentos e até mesmo de aprender a manusear
um equipamento de imagem – inoperante por falta de operador! - que tinha sido
instalado pelo Andre!!! Ele ficou a princípio intrigado, pensando que a Deise
era da família do Presidente Afonso Pena, mas ela não quis se apresentar logo,
para não intimidá-lo. Ao final, ele ficou maravilhado quando os visitantes
identificaram seus nomes nos créditos registrados em um painel comemorativo da
inauguração do Memorial.
Considerada uma
conquista de grande valor, encontra-se no jardim interno do casarão, o mausoléu de
Afonso Pena, trazido do cemitério do Rio de Janeiro, onde fora edificado
originalmente. Trata-se de um belo conjunto esculpido em mármore de Carrara - uma tumba sobre a qual se debruça uma mulher em atitude
de grande sofrimento, com túnica ao estilo das vestimentas gregas da
antiguidade, representando a Pátria de luto.
Mais
uma caminhada e fomos conhecer a Feira de Artesanato, localizada na antiga
estação. É um conjunto de lojinhas onde se vendem pequenos objetos de cerâmica
e tapetinhos feitos em tear manual. Um pequeno tear fica em exposição, movido
por uma tecelã que dá explicações aos interessados. Na antiga plataforma de
embarque, uma banda de rock ensaia num som altíssimo. Os trilhos atualmente sem
uso permanecem nivelados com o pavimento, de modo que o antigo leito dos trens
passa a ser um pátio para festas, sob uma cobertura bem alta.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPJDiei0XWp9120piFSkvvVV5RUmkM9l9HpA5YV4C8swy3Mtiz8nWougeYv6xdYUeqq9kz6s1pneHS92oAC-z1irUmwJP4aDgska3qDDueQVbCMeyzTyDmfhIYNFYF7WX5wxyJSfKn90Vl/s320/2013+03+Santa+B%25C3%25A1rbara+19.jpg)
Lá em cima, atrás da igreja do Rosário tem início a principal rua comercial, com edificações de todo tipo - no máximo, de três andares - e uma grande variedade de lojas, principalmente de moda. Começou a chover, uma chuvinha fina e persistente. Caímos na tentação e fizemos algumas compras. Depois, um almoço muito gostoso e farto.
Na direção oposta, à frente da Igreja do Rosário, começa a ladeira que desce até à Matriz, em frente ao nosso Hotel.
Pela ladeira, sob chuva fina, voltamos
ao hotel e, enquanto os homens se dedicaram ao repouso, fomos nós, as meninas,
ver a Casa do Mel, instituição que congrega e apoia os apicultores da região.
Todos aqueles produtos "Santa Bárbara" que se encontram nos
supermercados e drogarias são fabricados nesta cidade. Os produtores se associam
à Casa do Mel e em regime de cooperação compartilham equipamentos e recebem
instruções sobre apicultura, manufatura de sabonetes e cremes, culinária
e gestão de seus negócios. Admirável iniciativa da Prefeitura que comprou a
casa, equipou-a, pôs para funcionar e agora a está passando para a associação
dos produtores. A casa faz também as vezes de museu do mel, oferecendo aos
visitantes um panorama sobre o trabalho de criação de abelhas e extração do
mel. Compramos alguns sabonetes, balas de mel, cremes para a pele - impossível
não comprar.
À noite, comida de
boteco, sem música ao vivo. Brindamos ao aniversário da Deise, mas a música não
estava muito animada como no primeiro dia, não estimulava grandes badalações. Comemoramos a imensa
felicidade de estarmos juntos. Que boa ideia esta da aniversariante, de nos
reunir assim, marcando com a união dos irmãos a festa de seus 50 aninhos. Esta
é a Deise que amamos.
O programa principal
era a encenação da parte final da Paixão: a Ressurreição. Antes do espetáculo
houve a vigília pascal na Matriz que só terminou perto da meia noite. Era
tarde e chovia. Com sono e cansados, desistimos
de assistir ao espetáculo.
31/03/2013 - O
RETORNO
Domingo de Páscoa,
café da manhã com bombons.
Malas prontas, contas pagas pela aniversariante - que bela surpresa! - passamos a uma interminável sessão de fotos na Praça da Matriz de Santo Antônio, diante do hotel. Brincadeiras e risadas, novas poses, novos grupos, novas locações e novos detalhes a registrar - apenas pretextos para adiar as despedidas. Em tempo: gostei muito do hotel - casa antiga, instalações modernas, tudo limpo e confortável.
Malas prontas, contas pagas pela aniversariante - que bela surpresa! - passamos a uma interminável sessão de fotos na Praça da Matriz de Santo Antônio, diante do hotel. Brincadeiras e risadas, novas poses, novos grupos, novas locações e novos detalhes a registrar - apenas pretextos para adiar as despedidas. Em tempo: gostei muito do hotel - casa antiga, instalações modernas, tudo limpo e confortável.
Enfim, pegamos de
novo a estrada, a caminho de casa, deixando Deise com Mateus e Leandro para
trás. Os rapazes (difícil deixar de chamar os netos de meninos) pegam o ônibus para BH e nossa aniversariante volta para Ouro Preto.
Espero que ela tenha boas recordações destes dias, na certeza de que é muito
querida.
Nossa turma: Júlio, Eliana, Deise, Leda, Leandro, Andre, Mateus. |