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Aqui está um mapa inteiro da
Europa. Observem que a República Tcheca, este país colorido de verde mais
escuro, está bem no centro do Continente.Como se fosse o miolo! |
30 e 31.08.2013: Começa uma semana tcheca
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Moinhos de vento, geradores de energia eólica |
Lá vamos nós pela autoestrada, numa van com reboque
para as malas. Boa solução, porque as vans não são projetadas para viagens
demoradas. Acho que os fabricantes imaginam passageiros com pequenas valises ou
mochilas e não, como nós, com malas volumosas para três semanas de viagem. Não
fiz muitas compras, mas não sou um modelo, apesar da fama, pois gosto de levar
lembrancinhas de cada lugar que visito... Muitas tentações, mas só sou vencida por
itens de pequeno porte.
Da Áustria passamos à República Tcheca, em direção
a Praga (Prahe, na língua local), nosso último destino nesta viagem à Europa. Campos
enormes de melão de cor alaranjada parecem plantações de abóbora. Também longos
parreirais anunciam safras generosas de uva e vinho.
A República Tcheca é também chamada Checa, Chéquia ou ainda Tchéquia,
cujo nome na língua local é Cesko ou
Ceská Replublika (com um chapeuzinho sobre o C - um circunflexo
invertido desconhecido em nosso Português) é um país da Europa Central que faz
fronteiras com a Polônia, a Eslováquia, a Áustria e a Alemanha, como se vê no
mapa. É membro da União Europeia desde maio de 2004. A capital, Praga, fica na Boêmia,
parte ocidental do país, banhada pelos rios Elba (Labe) e
Moldava (Vltlava)
O turista em geral não entende como a tradução dessas denominações dos rios pode resultar em
nomes tão diferentes em nossa língua.
A história deste país remonta aos fins do século IX,
quando havia ali o reino da Boêmia, uma potência regional que nessa época
passou a integrar o Império Romano. Mais tarde, devastada por várias guerras,
veio a cair sob o domínio dos Habsburgos, motivo pelo qual passou a fazer parte
da Áutria-Hungria, a partir do século XVII. Ao final da Primeira Guerra Mundial, com o colapso do
Império Austro-Húngaro, os checos e os seus vizinhos eslovacos
juntaram-se e formaram a república independente da Tchecoslováquia em 1918. Logo em seguida a Tchecoslováquia
caiu na esfera de influência soviética. Em 1968,
foi invadida por tropas do Pacto de Varsóvia que
vieram para frustrar os esforços locais no sentido de liberalizar o regime e
criar um " socialismo de rosto humano", no momento
histórico que ficou conhecido como a Primavera de Praga.
Em 1989, a Tchecoslováquia recuperou a liberdade, pacificamente,
por via da "Revolução de Veludo". A 1º de janeiro de 1993, o país separou-se em dois por decisão parlamentar, sem conflitos, o que resultou
em países independentes: República Tcheca e Eslováquia.
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Ingresso para o Castelo de Praga 350Kc |
A
República Tcheca aderiu à OTAN – Organização do Tratado do Atlântico
Norte - em 1999 e à União Europeia em 2004. Mas ainda não adotou o euro como moeda. Sua moeda é a Coroa, abreviada Kc ou
CZK.
Um dos mais fortes motivos de orgulho dos tchecos é a produção de cerveja. A cervejaria Pilsner Urquell foi estabelecida no ano 1842 e deu nome ao tipo pilsener mundialmente conhecido e apreciado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSWk9_v-3HkMOHe29i-gtZh8BCNoMWi-q2FwjSeqdCRQSPkZnFc6Qcp3oDvK4yFd7U_wEfMvnl4-kVazQ7XMSwEsRyu3722YNg7zUMGNTuaJ0H0EepY2POO7l77z3DVHl7yPz1T9NyWeYh/s1600/Cerveja+2.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG42kbBRE5R9X2ApEtEE0_c8joWAMCEPH9IsDxgArgmm21TTbf1z-21_w9c-zsasu1R2HzQ854ddyMA9EzK1LXldYHETpMQLI61FfOm1A4h67mFNykEaydqjj1oxTS7MFHPnP9k98nLKfi/s320/cervejaria_pilsner_urquell.jpg)
A tenista Martina Navrátilová, nascida em Praga, é um dos maiores motivos de orgulho esportivo deste país. (foto)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYK1M4U16vcPMBjW3p0gVloN8kP5jkidevyZnOsyLLZmiiCSpQCs-dDMW-1IjXH57fnTuFbP4FBdyWEt3SS9OIIhvSP2VvEcC2eiPWdvxoFtkWWAhSQLBaK0GxNqB-3d0kD-W9hoMTRhlt/s320/2013+08+31+Perdidos1a.jpg)
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Sobre a beleza do lugar, as fotos falam melhor do que qualquer descrição, mesmo sendo fotos de amadora.
Andamos
calmamente pelas ruas coloridas pelas roupas de verão dos turistas, apreciando
o calçamento perfeito, o comércio variado, os bares acolhedores, o burburinho
alegre de muitas vozes e idiomas. De repente, o máximo deslumbramento: na praça
do relógio, tudo parece mágico, é como entrar em um mundo encantado. Torres de
igrejas e palácios, à luz do sol poente, contra as sombras que já se tornam bem
compridas, elevam-se como castelos de contos de fadas, em contraste com matizes
álacres do casario antigo tão bem conservado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdFL4beJcj6sAK_9X18X6fFeRULZBlIptzYmmOUb0sGnazXO1gsaPRIaKau4jMx3-bJJrq9fD1vxbgGwCbXeESukxJyzpD_EtGSKfz7aNp0Dy5iTST91MgavkNaj6YXdikU8IuJMN3iB4u/s320/2013+08+30+Impacto8.jpg)
Em
compensação, o taxi que trouxe de volta o grupo menos jovem nos levou
Kc$500. Aprendemos que aqui se deve usar sempre o transporte coletivo.
Praga
é uma cidade deslumbrante.
Vista da varanda do restaurante no segundo piso do Hotel Corinthia, a cidade mostra em
primeiro plano, à luz da manhã, os telhados dos bairros residenciais, com
aparência fresca de telhas novas, entremeados de grandes áreas verdes, com árvores frondosas – tudo bem
verão. Ao fundo, contra a linha do horizonte, os prédios mais antigos guardam uma
elegância altaneira e atemporal.
Nesta
manhã, depois de uma boa noite de sono e um café da manhã revigorante, saímos todos juntos com um plano traçado pelo Ary convertido em
guia turístico, mas com a assessoria de suas amigas, que vieram nos encontrar, uma delas filha de um cliente dele residente na Alemanha. Linha vermelha, linha verde, área de tráfego pedestre no Centro Antigo,
bondes elétricos cortando a cidade em todas as direções.
É sábado, um dia esplendoroso. As ruas estão cheias de gente alegre, estátuas vivas (olha eu ali, entre elas!), conjuntos musicais dentre os quais se destaca um grupo de jazz de ritmo contagiante.
O rio Moldava e suas pontes apresentam-se, em cada curva, com
uma beleza impar, em paisagens emocionantes.
Os monumentos antigos falam de reis, castelos, santos e conquistas. Os mais recentes lembram as guerras e os anseios de liberdade do povo tcheco.
Um bonde nos leva ao bairro mais
elevado para vermos a cidade lá de cima, a partir de um jardim que faz parte do
complexo do Castelo de Praga.
Neste
ponto, achando que se haviam esgotado os atrativos naquele lado, o grupo se
dividiu. Minha turminha, com Carlos, Ilka, Paulo e Eliana, desceu o morro para
continuar a explorar as margens do rio.
Um pequeno equívoco na escolha do ponto
de descida, deixou-nos meio incertos quanto ao rumo a tomar. Passamos do ponto que nos levaria à área mais turística e entramos em um bairro comercial. É
preciso confessar que ficamos um pouco perdidos, o que foi ótimo, pois tornou o
passeio muito mais emocionante. Vagando a esmo, sem objetivo imediato, pelo
simples prazer de curtir a novidade, fomos dar a uma pracinha muito charmosa
onde havia uma feira de antiguidades, melhor dizendo, feira de velharias, ou
“porcariocas”, como classificou o Carlinhos. Ali mesmo nos sentamos a um
restaurante com mesas ao ar livre e tivemos um belo almoço, também de comida
italiana. Ainda não conhecemos a comida típica local.
Afinal, pegamos o mesmo bonde que nos levara, mas no sentido oposto e
fomos até à margem do rio nas proximidades do centro histórico, aí sim, no ponto certo. Deixamos então
o coletivo e andamos pela margem. Debruçados na amurada, foi possível ver
e fotografar toda a variedade de atrativos, tais como crianças brincando,
casais navegando em pedalinho, patos e cisnes nadando e – para nosso espanto e
consternação - um cisne branco adulto e enorme, a boiar morto nas águas da margem.(as fotos melhores foram tiradas pelo Paulo; ele prometeu que um dia me envia as dele).
Neste ponto, as
águas do rio são tranquilas, quase paradas, pois há ali uma estrutura em concreto que represa parte da água, formando quase como que uma lagoa para
lazer da população. A outra metade do leito fica livre para o curso normal da água, possibilitando a navegação fluvial.
Mais encantamento veio quando deparamos com as dezenas de prédios antigos, de fachadas enfeitadas com esculturas, detalhes em relevo e pinturas delicadas, como que "customizadas", cada uma ao gosto pessoal do proprietário, verdadeira mostra de arte pop.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwH6wLOyvdpFbwO1tL7fsSzA1zvUXcKizCxvexgepnQvXHE_06ylZrCfVnA7trOAHR8dgdy4jRl2WYM-tgrTnVvBRHbePNjvNFvOanNJ6za2dUIh_DEbQy0Gh5y6_hnhY-qr69EA-R-sHg/s320/2013+09+01+Feira2.jpg)
Foi
realmente um dia de imprevistos, pois depois de atravessar toda a cidade antiga
a pé, sob forte calor, já cansados, demos com um obstáculo logo ao chegar na
parte mais moderna do centro: Na avenida mais larga realizava-se a Maratona da
Juventude e a rua estava interditada, impedindo nossa passagem até à estação do
Metrô, que nos levaria ao Hotel.
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Da estação do Metrô à portaria do Hotel, poucos metros. |
Sem
perder o bom humor, logo achamos uma mesa num bar para tomar água mineral deliciosamente gelada e apreciar a passagem dos competidores retardatários. Liberada a rua, chegamos à
estação subterrânea.
Lá encontramos a
outra metade de nossa turma que havíamos deixado de manhã no jardim da
montanha. Foi uma festa o reencontro, misto de surpresa e contentamento, como
se estivéssemos separados há anos. Saímos juntos e voltamos juntos - até parece
que foi combinado.
A
ordem era descansar, e foi isto que fiz. À noite, juntei-me a Ary, Márcia e
Ruth para um chá com queijos. Uma ceia leve como esta, em Viena, era acompanhada de
torradas e uvas, mas em Praga, nada de pão nem frutas.
Amanhã é domingo, pede cachimbo...? Pede oração ao Menino Jesus de Praga.